Você conhece o Studio Ghibli?

Depois de mais uma indicação ao Oscar de Melhor Animação, com As Memórias de Marnie (When Marnie Was There) concorrendo com outras excelentes animações (Anomalisa, Divertida Mente, O Menino e o Mundo, e Shaun, o Carneiro), o Studio Ghibli segue firme no mercado cinematográfico com seus filmes de primeiríssima qualidade.

Mas o que sabemos sobre esse gigante que mudou a história da animação mundial?

Após o sucesso do diretor Hayao Miyazaki com Nausicaä do Vale do Vento (Kaze no Tani no Naushika, 1984), surge o Studio Ghibli em 1985. Mas este não foi o início da história. Trinta anos antes, Miyazaki e Isao Takahata, que trabalhavam juntos na produção de Heidi (anime de grande repercussão mundial), decidiram que gostariam de trabalhar em algo de maior qualidade e sem a correria estressante dos apertados prazos de entrega das séries televisivas. Então chamaram Toshio Suzuki e assim deram vida ao desejo de criar livremente suas obras-primas.

Da esquerda para a direita: Hayao Miyazaki, Isao Takahata e Toshio Suzuki

Para inaugurar com estilo, em 1986 o estúdio lançou seu primeiro filme, Laputa: O Castelo no Céu, que estourou nos cinemas e impressionou, mas não tanto quanto a surpresa que veio em seguida: o estúdio lançou dois filmes ao mesmo tempo (1988), o que foi considerado um absurdo a princípio, pois comprometeria a qualidade das produções. Mostrando sua força, Studio Ghibli provou justamente o contrário: Meu Vizinho Totoro (de Miyazaki) e Túmulo dos Vagalumes (de Takahata) ficaram marcados para a eternidade e são considerados por um grande público como as maiores obras já criadas pelo estúdio. Tal é a magnitude de sua importância, o logo do Studio Ghibli é representado por Totoro, personagem principal do filme de Miyazaki.

O presidente do Studio Ghibli, Yasuyoshi Tokuma, um grande empresário japonês que acreditava no trabalho do estúdio, fez grandes investimentos para as mudanças e melhorias necessárias, dando liberdade total a Miyasaki e Takahata  para suas produções.

O estúdio cresceu em espaço físico e na qualidade de seus instrumentos, e começou a trabalhar com outros diretores que se mostrassem capazes de oferecer um trabalho digno das amadas produções que já vinham fazendo história.

Em 1997, Hayao Miyazaki alcançou sua maior projeção internacional até então com seu lançamento Princesa Mononoke, mostrando a capacidade do diretor de atingir todo e qualquer público. Contudo, após esse sucesso e com a tecnologia em ascensão, Miyazaki anunciou o sua aposentadoria da escrivaninha, dispondo-se a produzir roteiros e dar assistências.

  

Toma lá, dá cá, o Shtudio Ghibli passou por maus bocados com a perda do animador Yoshifumi Kondo (que havia trabalhado na direção de alguns filmes como Túmulo dos Vagalumes, Kiki, Only Yesterday e Sussurros do Coração) e com o afastamento "oficial" de Miyazaki. O diretor tentou fundar uma nova empresa chamada Butaya, mas acabou por retornar ao estúdio no ano seguinte.

Pelos anos seguintes, o diretor fez mais uma série de excelentes filmes e mais algumas tentativas de se aposentar (sempre voltando atrás). [Ainda bem!]

Em 2012, o Studio Ghibli anunciou mais dois filmes: Vidas ao Vento (última obra de Miyazaki que trouxe a aposentadoria do diretor das grandes telonas comerciais) e O Conto da Princesa Kaguya (de Takahata após 14 anos sem lançar longa-metragens).

E assim continuam as atividades do Studio Ghibli, entre elas a série de TV Ronja, A Filha do Ladrão, dirigida por Goro Miyazaki, filho do sensei Hayao [imagina a pressão!] e a recente produção indicada ao Oscar, When Marnie Was Ther.

Tudo bem que dessa vez não rolou a amada estatueta dourada dessa vez, mas nas palavras do Studio Ghibli Brasil:

Conforme o esperado, o vencedor do Oscar na categoria de Melhor Animação foi para o filme da Disney, "Divertida Mente".

"As Memórias de Marnie" não levou o prêmio, mas fica a indicação e a representação da animação japonesa no terceiro ano consecutivo que ganha ainda mais visibilidade dentro do cinema mundial. ‪#‎StudioGhibli‬

 

Sou suspeita de escrever sobre o Studio Ghibli em si quando sou realmente fã do mestre Miyazaki, mas sem um não existiria a magia do outro e gosto das produções maravilhosas do estúdio.

Mais detalhes da fantástica filmografia desse mundo de sonhos você pode conferir no site oficial do Studio Ghibli no Brasil.

FUI! *-*